Desafios da Indústria 4.0 se amplificam em indústrias de pequeno e médio porte
A Indústria 4.0 é uma tendência mundial em processo de aceleração, fazendo com que empresas de variados setores e tamanhos incluam em seus planejamentos estratégicos soluções tecnológicas novas que tragam maior eficiência e valor na cadeia produtiva, diferenciando-as das concorrentes.
Sua aplicação na prática, porém, deve ser feita de maneira planificada. Com a quantidade e variabilidade de inovações que as indústrias encontram nesse novo meio industrial, torna-se necessário analisar profundamente as necessidades e demandas das empresas, assim como as possíveis consequências positivas do uso dessas novas soluções.
Além disso, é indispensável compreender o cenário atual da revolução 4.0, desde as inovações presentes e futuras quanto às conjunturas atuais do mercado internacional e seus desdobramentos perante as mudanças globais causadas pelo desenvolvimento industrial acelerado.
Em pequenas e médias indústrias, tal tarefa torna-se mais desafiadora, recompensando as empresas que tomarem riscos controlados ao investir em ferramentas e métodos da Indústria 4.0 que façam sentido dentro do contexto da organização.
No caso do Brasil, evidencia-se ainda um quadro de desconhecimento sobre esse conceito nos setores industriais do país. Em pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), denominada como “Indústria 4.0? novo desafio para a indústria brasileira”, constatou-se que 57% das pequenas empresas entrevistadas afirmaram não conhecer as inovações industriais que estão conquistando as indústrias. A lacuna na aplicação é ainda mais perceptível, onde, de acordo com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), apenas 2% das empresas brasileiras praticam conceitos da Indústria 4.0, em comparação com a prática de aproximadamente 50% das empresas da China e dos Estados Unidos.
O que as PMEs devem saber para que possam participar dessa nova revolução industrial
É necessário, antes de mais nada, entender que as empresas não precisam investir pesadamente em novas máquinas, sistemas digitais automatizados, Inteligências Artificiais e tampouco modificar toda sua cadeia de valor para que se moldem às presentes mudanças no mercado.
Para de fato compreender as possibilidades que podem gerar valor para a empresa, primeiro deve-se analisar profundamente os dados da sua cadeia produtiva, como a eficiência das máquinas e a capacidade produtiva atual, do setor logístico, como o ciclo de movimentação de insumos, eficiência na relação com fornecedores e importação e exportação, no caso de indústrias que exportam ou importam produtos, e no setor administrativo e financeiro, ao estudar o atual modelo de negócios da organização, capital para investimento e capacitação dos profissionais envolvidos nesse processo.
A partir dessas análises, é possível estudar os principais problemas presentes na empresa e as prováveis soluções com potencial para resolvê-las. Isso só é possível, entretanto, com o investimento em programas de treinamento que capacitem a equipe para que líderes e colaboradores possam tomar decisões a partir de um viés técnico concreto, focando em um desenvolvimento sustentável e a longo prazo para a empresa. Com a capacitação da equipe, entender os recursos que podem ser empregados nos investimentos em inovação torna-se mais claro.
Com isso, a empresa será capaz de avaliar mais precisamente as soluções que podem ser empregadas. Um exemplo de solução que, em certas situações, é econômico e uma das melhores apostas para PMEs é a aplicação do Retrofit, um conceito utilizado principalmente em engenharia para determinar o processo de modernização de algum equipamento já considerado ultrapassado ou fora de norma. Ao estudar as limitações presentes atualmente na automação dos sistemas de máquinas da fábrica, consegue-se identificar onde é possível atualizar segmentos defasados da linha de produção, tanto ao melhorá-los com novos sistemas e peças, quanto ao automatizá-los digitalmente com IAs e com a utilização de sistemas baseados na Internet das Coisas (IoT).
Projetos pilotos também são passíveis de análise e sua implementação pode ser positiva para o avanço da aplicação de tecnologias inovadoras, pois evita investimentos maciços em tecnologias que ainda não foram testadas no contexto da empresa, algo que pode gerar grandes prejuízos difíceis de serem contornados. Os projetos piloto são, resumidamente, um meio para testar métodos e ferramentas em pequena escala, de maneira segura e gastando poucos recursos para sua geração.
Com esse direcionamento estratégico, é possível compreender que a Indústria 4.0 está em constante mudança e traz consigo novos desafios no horizonte. Empresas com culturas de inovação e resiliência conseguirão ver nisso oportunidades para evoluir no mercado, entendendo que é necessário andar um passo de cada vez, estudando e testando soluções de maneira progressiva e inteligente e aprendendo com possíveis erros, usando-os como caminho para crescer cada vez mais.
Para saber um pouco mais sobre a indústria 4.0, leia nosso texto: https://viabilizamais.com.br/nao-fique-para-tras-abrace-o-futuro-com-o-5g/