Os diferentes elos da Cadeia Produtiva


A cadeia produtiva, ou cadeia de produção, é um sistema que abrange todas as etapas envolvidas na produção de um bem ou serviço, desde a extração da matéria-prima até a entrega ao consumidor final. Ela é formada por diferentes agentes econômicos, como fornecedores, produtores, distribuidores, varejistas e consumidores, que se relacionam entre si e agregam valor ao produto ao longo do processo.

A complexidade e a dinamicidade dos sistemas que envolvem as cadeias de produção são objeto de estudo em diversas áreas do conhecimento, como economia, ciências políticas, engenharia e ciências sociais. Nas indústrias, por ser extremamente adaptável às mudanças e demandas da época, ela está sujeita a desafios e oportunidades constantes, a depender das condições materiais e necessidades de cada segmento industrial.

O conceito pode ser analisado sob diferentes perspectivas, como a econômica, a social, a ambiental e a tecnológica. Cada uma dessas perspectivas revela aspectos importantes sobre o seu funcionamento e impacto na sociedade e no meio ambiente, como visto a seguir:

  • Perspectiva econômica: a cadeia produtiva gera renda, emprego e tributos para os agentes envolvidos, além de movimentar os mercados internos e externos.
  • Perspectiva social: evidencia sua influência nas condições de trabalho, na qualidade de vida e no bem-estar dos trabalhadores e consumidores. 
  • Perspectiva ambiental: mostra como a cadeia utiliza os recursos naturais, gera resíduos e emite poluentes. 
  • Perspectiva tecnológica: a produção incorpora inovações, melhora a eficiência e aumenta a competitividade dos produtos, além de, indiretamente, promover o desenvolvimento de pesquisas com potencial de desenvolver novas tecnologias.

As etapas da cadeia produtiva podem variar de acordo com o tipo de produto ou serviço, mas de forma geral podemos identificar três fases principais:

1. Extração da Matéria-Prima

É a fase inicial da cadeia produtiva, na qual se obtém os recursos naturais ou orgânicos que serão utilizados como insumos para a posterior manufatura. Essa fase é realizada por indústrias extrativas, como mineradoras, agricultores, pecuaristas, petrolíferas e extratores vegetais. Esses agentes são responsáveis por retirar da natureza os materiais brutos que serão processados nas etapas seguintes.

2. Transformação da Matéria-Prima

Etapa na qual a matéria-prima passa por processos de refinamento, beneficiamento e industrialização para se tornar um produto acabado ou semi-acabado. Essa fase é realizada por indústrias de transformação, como metalúrgicas, siderúrgicas, químicas, têxteis, alimentícias e automobilísticas. Esses agentes são responsáveis por agregar valor à matéria-prima e torná-la apta para o consumo ou para a utilização em outras indústrias. Por isso, setores de transformação são os que mais investem em Pesquisa e Desenvolvimento, e com isso obtêm-se o potencial de fabricação de produtos de alto valor agregado.

3. Distribuição do Produto

É a fase final da cadeia produtiva, na qual o produto é transportado, armazenado e comercializado para os consumidores finais ou intermediários. Essa etapa é realizada por agentes de distribuição, como transportadoras, armazéns, atacadistas e varejistas. Esses agentes são responsáveis por fazer com que o produto chegue ao seu destino final com qualidade, segurança e eficiência. O bom funcionamento da logística é essencial na distribuição, visto que tanto o mercado interno quanto o externo dependem disso.

Estratégias da cadeia produtiva

A gestão da cadeia produtiva é uma atividade estratégica para as organizações que buscam otimizar seus processos, reduzir custos, aumentar a qualidade e satisfazer as necessidades dos clientes. O gerenciamento envolve o planejamento, a coordenação e o controle de todas as atividades da cadeia, desde o fornecimento de insumos até a entrega do produto final. Também é requerida a integração e a cooperação entre os agentes da cadeia, por meio de sistemas de informação, comunicação e logística.

Entre as principais estratégias gerais para uma boa gestão industrial, destacam-se:

  • Planejar e monitorar a demanda e o estoque de matérias-primas, insumos e produtos acabados, evitando desperdícios e atrasos na entrega.
  • Integrar os processos e os sistemas de informação entre os fornecedores, os clientes e os demais elos da cadeia, facilitando a comunicação, a coordenação e a colaboração.
  • Investir em tecnologia, inovação e capacitação dos colaboradores, buscando aumentar a produtividade, a qualidade e a competitividade dos produtos e serviços.
  • Adotar práticas de sustentabilidade ambiental, social e econômica, respeitando as normas legais, os direitos humanos e as expectativas dos stakeholders.
  • Avaliar constantemente o desempenho da cadeia produtiva industrial, identificando pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças, e implementando ações de melhoria contínua.
Diferença entre a cadeia produtiva e a cadeia de suprimentos

Há similaridades entre os conceitos de cadeia de produção e de suprimentos. Isso se dá pelo fato que as duas estão relacionadas à gestão dos processos ligados à indústria. No entanto, enquanto a cadeia produtiva foca no conjunto de etapas de um produto, desde a extração de suas matérias-primas até sua distribuição, e possui uma visão muitas vezes macroeconômica acerca desses elementos, a cadeia de suprimentos concentra-se na coordenação e integração das atividades e setores de uma empresa específica, focando no microcosmo de cada negócio.

A importância do PCP na cadeia produtiva

Além dos tópicos anteriores, é importante para o empresário industrial possuir ferramentas e meios para que a cadeia de produção se mantenha eficiente, produtiva e competitiva. Por isso, muitas indústrias utilizam como estratégia o Planejamento e Controle da Produção (PCP). 

O PCP é responsável por definir e coordenar as atividades necessárias para atender a demanda dos clientes, otimizando os recursos disponíveis e garantindo a qualidade dos produtos, e também contribui para a redução de custos, desperdícios e estoques, aumentando a lucratividade da empresa. Para aplicar a ferramenta, é preciso seguir alguns passos, tais como:

  • Definir os objetivos e as metas do PCP, alinhados com a estratégia e a política da indústria;
  • Analisar o mercado e a demanda dos clientes, considerando as tendências, as sazonalidades, as preferências e as necessidades dos consumidores;
  • Elaborar o plano mestre de produção (PMP), que determina o quê, quanto e quando produzir, de acordo com a demanda prevista e a capacidade disponível da indústria;
  • Desenvolver o plano de materiais (MRP), que calcula as quantidades e os tempos de compra ou produção dos materiais necessários para atender ao PMP;
  • Estabelecer o plano de chão de fábrica (SFC), que define como alocar os recursos humanos, materiais e equipamentos nas operações produtivas, respeitando as prioridades, as restrições e os padrões de qualidade;
  • Monitorar e controlar o desempenho da produção, comparando os resultados reais com os planejados e identificando as causas das variações e as ações corretivas ou preventivas necessárias;
  • Avaliar e melhorar continuamente o PCP, buscando aumentar a eficiência, a eficácia e a competitividade da indústria.



Se você quiser saber mais sobre a Indústria de Produção, clique aqui e veja nosso texto sobre o assunto: Indústria de Transformação: potencial e desafios – Viabiliza + (viabilizamais.com.br)

Para saber mais sobre o PCP, clique aqui: PA04-16-edited.pdf (unicamp.br)

Se você quiser saber mais sobre como migrar para a Indústria 4.0, clique aqui e veja nosso texto sobre o assunto: Acelere sua evolução: saiba como migrar da indústria 3.0 para a 4.0 – Viabiliza + (viabilizamais.com.br)

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