A reciclagem é uma atividade de grande importância para a economia, sociedade e meio ambiente. Ela permite a utilização de materiais já existentes para a produção de novos produtos, reduzindo o consumo de recursos naturais e evitando o descarte de resíduos que podem ser prejudiciais à natureza e ao ambiente urbano. Além disso, a prática gera empregos e renda para a população, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do país.
No entanto, apesar da importância da reciclagem, o Brasil enfrenta sérios desafios no gerenciamento de resíduos sólidos. A poluição causada por resíduos é um problema histórico no país, e a falta de políticas públicas eficientes para lidar com o tema tem agravado a situação.
Ao longo dos últimos anos, por exemplo, o país vem ocupando a quarta posição no ranking global de produtores de resíduos plásticos, com uma taxa de reciclagem ínfima de apenas 1%. Esse cenário alarmante é resultado de múltiplos fatores, que vão desde a falta de conscientização sobre o consumo responsável de produtos até a falta de incentivos que estimulem a busca por alternativas ao uso desse material ou seu manejo correto.
Para enfrentar esses desafios, a indústria de reciclagem tornou-se uma importante aliada nas últimas décadas. Ela é responsável por receber os materiais recicláveis coletados, processá-los e transformá-los em novos produtos. Essa indústria tem ramificações em diversos setores da economia, estando presente na construção civil, indústria automobilística, indústria alimentícia, indústria têxtil, entre outros.
Se você quiser saber mais sobre a indústria do plástico, clique aqui e leia nosso texto sobre o assunto: O potencial transformador da indústria de plástico – Viabiliza + (viabilizamais.com.br)
Além de negócios especializados em reciclagem, muitas empresas possuem setores específicos relacionados ao processamento e reuso de resíduos sólidos, tais como:
- Natura: a empresa de cosméticos é reconhecida por sua atuação sustentável em diversas frentes, incluindo a reciclagem. O negócio utiliza embalagens recicladas ou recicláveis em seus produtos, além de incentivar os consumidores a devolverem as embalagens vazias para serem reaproveitadas, e também possui um programa de logística reversa que coleta e recicla os resíduos gerados em suas fábricas e centros de distribuição.
- Coca-Cola: a gigante de bebidas também tem investido na reciclagem como parte de sua estratégia de responsabilidade ambiental, possuindo como meta global utilizar 50% de material reciclado em suas embalagens até 2030, No Brasil, a empresa também possui parcerias com cooperativas de catadores e organizações sociais para promover a coleta seletiva e a reciclagem de garrafas PET.
- Nestlé: a multinacional de alimentos também faz parte do movimento que tem se comprometido com a reciclagem em seus processos produtivos, com o objetivo global em tornar 100% de suas embalagens recicláveis ou reutilizáveis até 2025.
- Toyota: a montadora japonesa é uma das pioneiras em veículos híbridos e elétricos, que são mais eficientes e menos poluentes do que os movidos a combustíveis fósseis. Além disso, a empresa também possui uma meta global de sustentabilidade com 6 objetivos, sendo um deles estabelecer sistemas e processos baseados em reciclagem.
Somado a isso, o setor utiliza como um de seus métodos a Logística Reversa, um conceito que vem ganhando cada vez mais relevância no cenário atual, tanto pela sua importância ambiental quanto pela sua viabilidade econômica.
A Logística Reversa pode ser definida como o conjunto de ações, procedimentos e meios que visam facilitar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para que possam ser reaproveitados em seu ciclo produtivo ou em outros ciclos, ou receber uma destinação final ambientalmente adequada.
Em outras palavras, é o processo inverso da logística tradicional, que leva os produtos da indústria para o consumidor final. Os produtos ou seus componentes retornam da ponta do consumo para a origem da produção, passando por etapas de triagem, transporte, armazenamento, reciclagem ou descarte.
A exigência da Logística Reversa foi oficializada como um instrumento de desenvolvimento econômico e social ao ser prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305/2010. Essa lei estabelece a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos entre fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e poder público.
Se você quiser saber mais sobre a Logística Reversa, clique aqui e leia nosso texto sobre o assunto: Logística reversa: um processo fundamental – Viabiliza + (viabilizamais.com.br)
Como visto, os benefícios do setor são inúmeros. Além de contribuir para a preservação do meio ambiente, ele gera empregos e renda para a população, estimula a economia e reduz os custos com a produção de novos materiais, contribuindo, também, para a redução dos impactos ambientais causados pela extração de matérias-primas, como o desmatamento e a degradação do solo e pelos resíduos gerados a partir da indústria de transformação e do comércio.
Para saber mais sobre a Lei nº 12.305/2010 que institui o PNRS e define os requisitos do PGRS, clique aqui: L12305 (planalto.gov.br)