Em cenário de incertezas, construção civil aposta em inovação

Pesquisa prevê R$2,7 trilhões em investimentos na área de construção civil até 2030


Em estudo publicado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) e a empresa Deloitte, estimou-se que os três setores que compõem a cadeia de construção (infraestrutura, infraestrutura de base e construção civil e incorporação imobiliária) vão investir R$2,7 trilhões, gerar mais empregos e dar destaque ao avanço de tecnologias para otimizar processos até 2030.

Denominada “Produtividade e Oportunidades para a Cadeia da Construção Civil”, a pesquisa foi realizada com 144 empresas e entidades e incorporou dados obtidos a partir do IBGE. O levantamento apurou que, em 2021, 23 mil empresas na cadeia de construção geraram R$2,3 trilhões de receitas líquidas. Naquele ano, o setor pagou R$ 443 bilhões em impostos e empregou mais de 3,7 milhões de trabalhadores.

O ramo, que engloba obras e serviços de engenharia e infraestrutura, construção de edifícios, fornecedores de insumos e indústria de base, está investindo em startups para criar um ambiente mais tecnológico, otimizando assim gastos e produtividade.

“O estudo é uma forma de entender mais sobre a produtividade do setor e medir novos indicadores. Trata-se de um trabalho de grande valia para a incorporação imobiliária e a construção civil, pois a troca de informação e o diálogo com todos os elos que nos envolvem são caminhos para aumentar a competitividade e oferecer serviços de qualidade”, afirma o presidente da ABRAINC, Luiz França.

Ainda de acordo com o estudo, prevê-se o aumento dos investimentos em tecnologia em até 10% entre 2022 e 2023. Tais aplicações serão direcionadas para treinamentos de profissionais em desenvolvimento e gerenciamento de projetos, gestão de cronograma, orçamento e planejamento, além da aplicação de ferramentas digitais modernas. A expectativa é ganhar, a partir desses investimentos, até 72% em eficiência com incorporação de novas tecnologias para a área.

Em outro levantamento, desta vez da Confederação Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em 2021 houve um aumento de 25,9% nos lançamentos imobiliários, além do crescimento de 12,8% nas vendas em comparação com 2020. No último trimestre de 2022, também ocorreu um aumento de, aproximadamente, 42% no número de lançamentos em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Se você quiser saber mais sobre a projeção dos empresários de construção civil para o futuro, clique aqui e leia nosso texto sobre o assunto: Projeção para construção civil em 2023 é positiva – Viabiliza + (viabilizamais.com.br)

De acordo com atual presidente da CBIC, a construção civil será uma das prioridades do governo


Em entrevista em entrevista ao CB.Poder, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, observa que setor de construção civil no país tem boas perspectivas para o ano de 2023. Ao citar programas como o Minha Casa Minha Vida, o retorno do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a retomada de obras paralisadas, Martins disse que o atual governo tratará o segmento como prioridade.

“O objetivo principal deste novo governo é trabalhar na baixíssima renda, naquela pessoa que não tem um cadastro para obter financiamento. Então, o foco principal é o programa chamado FAR — Fundo de Arrendamento Residencial. Isso é para quem ganha até um ou dois salários mínimos, no máximo, que é o foco do governo”, constatou Martins.

Ainda de acordo com o presidente da CBIC, porém, há a previsão de que esse crescimento não deve atingir as mesmas proporções em comparação com os dois primeiros mandatos do atual presidente. Um dos fatores que motiva o crescimento menor, na visão de Martins, é a taxa Selic atual, de 13,75%. 

“Nós continuaremos crescendo, só que não na mesma velocidade. Só que, lógico, a gente depende de alguns fatores. Aí a taxa de juros é preponderante nesse assunto. E como as coisas irão se comportar daqui para a frente, para a manutenção, ou, quem sabe, revisão para cima ou para baixo disso”, analisa.

O cenário, ainda que desafiador, de acordo com especialistas, devido à continuidade de juros altos na taxa SELIC atual, é de otimismo. O crescimento do segmento de construção do país nos últimos anos, aliado com a tendência de uma economia cada vez mais focada na Indústria 4.0 e na sustentabilidade, é um dos principais motivos para empresas do setor projetarem que a modernização dos processos, modelos de negócio e, em geral, da cadeia de valor, trará resultados positivos a médio e longo prazo.

Para saber mais sobre a pesquisa da ABRAINC e Deloitte, clique aqui: Cadeia da Construção prevê movimentar R$ 2,7 trilhões em projetos no Brasil até 2030 (abrainc.org.br)


Para saber mais sobre a entrevista com o presidente da CBIC, clique aqui: Novo governo colocou construção como “prioridade zero”, diz presidente da CBIC | Economia: Diario de Pernambuco

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