A indústria de fertilizantes no Brasil é fundamental para o setor agrícola e para a economia do país. Os fertilizantes são essenciais para garantir a produtividade e qualidade dos cultivos, possibilitando a produção em larga escala e contribuindo para a segurança alimentar. O segmento também gera empregos e movimenta a economia, tanto na produção quanto na distribuição e comercialização dos insumos.
Os fertilizantes são aplicados na agricultura para aumentar o suprimento de nutrientes essenciais, como nitrogênio, fósforo e potássio, que são necessários para o crescimento saudável das plantas. Eles fornecem nutrientes que muitas vezes não são encontrados em quantidades suficientes no solo, permitindo que as plantas cresçam mais rapidamente e produzam mais safras. Além disso, os fertilizantes podem melhorar a qualidade do solo, aumentando a matéria orgânica e a capacidade de retenção de água.
No entanto, é importante lembrar que o uso excessivo de fertilizantes pode causar impactos ambientais negativos, como a contaminação de rios e lagos por nutrientes em excesso. Além disso, a falta de manejo adequado do solo pode levar ao aumento da erosão, o que pode ser prejudicial para as plantas e os ecossistemas circundantes. Portanto, é fundamental que os agricultores usem fertilizantes de maneira responsável, seguindo as práticas agrícolas sustentáveis e aplicando apenas a quantidade necessária de nutrientes para promover o crescimento saudável das plantas.
O setor produz uma variedade de produtos importantes para o desenvolvimento da indústria agrícola, que incluem:
- Fertilizantes nitrogenados: como ureia, nitrato de amônio, sulfato de amônio e outros.
- Fertilizantes fosfatados: como superfosfatos, fosfato diamônico e outros.
- Fertilizantes potássicos: como cloreto de potássio, sulfato de potássio e outros.
- Fertilizantes mistos: que combinam diferentes nutrientes, como NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) e outros.
- Fertilizantes orgânicos: que são produzidos a partir de matérias-primas naturais, como esterco, compostagem e outros.
Além disso, a indústria de fertilizantes também produz uma variedade de outros produtos, como defensivos agrícolas, sementes, aditivos para ração animal e outros.
Ao mesmo tempo que esses insumos representam grande importância estratégica na economia, o setor nacional ainda apresenta pouca participação na produção de fertilizantes usados na produção interna. De acordo com informações divulgadas pelo Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-primas para Fertilizantes (Sinprifert), ainda que o Brasil se destaque como o quarto maior produtor mundial de grãos, o país conta com apenas 22 plantas industriais, pertencentes a 11 empresas produtoras de fertilizantes.
Esse grupo de empresas é responsável por prover apenas 11,6% dos nutrientes necessários para o cultivo de plantas no país, enquanto o restante é importado de outros países. Essa dependência ficou evidente com as atuais crises na geopolítica internacional, quando a Rússia, responsável por mais de 20% do fornecimento de fertilizantes ao agronegócio brasileiro, teve suas exportações prejudicadas.
Essa realidade, porém, pode mudar. Segundo comunicado emitido pelo Sinprifert, nos próximos quatro anos serão investidos cerca de R$ 21 bilhões em projetos nacionais com o objetivo de impulsionar a produção de matérias-primas do país e diminuir a atual dependência externa.
A indústria de fertilizantes brasileira pretende reduzir sua dependência do mercado internacional através da adoção de medidas estratégicas, como a instalação de novas fábricas, ampliação dos investimentos em outras regiões do país, aumento da capacidade total de produção e reativação de plantas. O diretor-executivo do sindicato, Bernardo Silva, destacou que, diante das incertezas decorrentes do cenário econômico global, o Brasil está comprometido em fortalecer sua produção interna de forma robusta e estruturada.
Entre as iniciativas que podem ser tomadas no setor público e privado, se destacam:
- Investir em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D): pode ajudar a indústria brasileira a desenvolver novas tecnologias e processos mais eficientes para a produção de fertilizantes. Isso pode levar a um aumento da produtividade e redução de custos.
- Estimular a produção de matérias-primas nacionais: O Brasil tem uma grande variedade de matérias-primas naturais que podem ser utilizadas na produção de fertilizantes, como fosfato e potássio. Estimular a produção dessas matérias-primas pode reduzir a dependência de importações e aumentar a produção local.
- Incentivar a adoção de práticas de economia circular: A economia circular é um conceito que visa reduzir o desperdício e aproveitar os recursos de forma mais eficiente. Na produção de fertilizantes, isso pode ser feito através da recuperação de nutrientes de resíduos orgânicos e do uso de fertilizantes de liberação lenta, que reduzem a necessidade de aplicação frequente.
- Apoiar o desenvolvimento de novas fontes de energia renovável: A produção de fertilizantes é um processo que consome muita energia. Investir em fontes de energia renovável, como energia solar e eólica, pode reduzir os custos de produção e tornar a indústria de fertilizantes mais sustentável e competitiva.
Em março de 2022, o governo lançou um programa chamado Plano Nacional de Fertilizantes, que tem como objetivo minimizar a sujeição do agronegócio brasileiro ao fornecimento externo de insumos. O plano se concentra nos principais elos da cadeia produtiva, incluindo mineração, química, infraestrutura, agricultura, inovação e sustentabilidade ambiental. A meta ambiciosa é reduzir a dependência externa para 50% até 2050, garantindo assim a segurança e a sustentabilidade da produção nacional de alimentos.
Abaixo, estão listados os objetivos do PNF:
- Estimular e ampliar a produção de fertilizantes no Brasil.
- Possibilitar a concorrência de diferentes fontes de fertilizantes e nutrientes no mercado.
- Contribuir para um ambiente de negócios estável e atraente para investimentos na indústria de fertilizantes.
- Otimizar a infraestrutura e logística para a distribuição de fertilizantes.
- Monitorar e avaliar o cenário tributário dos fertilizantes.
- Desenvolver modelo eficiente de governança para o Plano Nacional de Fertilizantes.
- Monitorar e ajustar regulamentações e financiamentos.
- Promover a capacitação de recursos humanos para a indústria de fertilizantes.
- Difundir boas práticas de produção e sustentabilidade na indústria de fertilizantes.
- Divulgar conceitos científicos para a oferta sustentável e competitiva de nutrientes.
- Estimular a adesão às práticas de sustentabilidade e Economia circular na indústria de fertilizantes.
- Estimular a inovação em novos produtos e tecnologias para fontes diversificadas e sustentáveis de nutrientes.
- Avaliar o cenário global de produção e oferta de fertilizantes.
- Monitorar e avaliar o cenário do mercado de gás natural e H2 para a produção de fertilizantes nitrogenados.
Para saber mais sobre a produção de fertilizantes no Brasil, clique aqui: Brasil tem apenas 22 plantas industriais de fertilizantes, aponta Sinprifert (cnnbrasil.com.br)
Para saber mais sobre os investimentos no setor de fertilizantes, clique aqui: Indústria de fertilizantes do Brasil vai investir R$ 21 bilhões em 4 anos – Forbes
Para saber mais sobre o Plano Nacional de Fertilizantes, clique aqui: O Plano Nacional de Fertilizantes — Ministério da Agricultura e Pecuária (www.gov.br)