Nos últimos anos, Lojas Renner, CVC, Porto Seguro, Atento, Serasa Experian e até gigantes como Facebook e LinkedIn foram vítimas de invasões que resultaram em clientes e usuários expostos, sistemas inoperantes e prejuízos incalculáveis. A era digital trouxe inovação e agilidade, mas também abriu portas para cibercriminosos sedentos por informações valiosas. A segurança da informação se tornou mais crucial do que nunca, e as empresas precisam estar preparadas para enfrentar as ameaças que surgem a cada dia.
A segurança cibernética, portanto, é um conjunto de ações planejadas sobre pessoas, tecnologias e processos para prevenir, detectar e responder a ataques cibernéticos que se aproveitam das vulnerabilidades das redes digitais para invadir, roubar e manipular dados e informações. Ela visa proteger as pessoas e empresas contra os riscos e ameaças que podem comprometer a confidencialidade, integridade e disponibilidade dos dados e informações que transitam, são armazenadas ou manipuladas no espaço cibernético.
Mundialmente, a indústria é um dos setores mais visados pelos hackers por causa de sua importância social e econômica, o que faz a segurança dos dados ser fundamental, pois evita a ocorrência de incidentes que podem resultar no vazamento de dados sensíveis, na paralisação ou perda de rendimentos das atividades produtivas, na violação das obrigações legais previstas na LGPD e na perda de reputação e confiança dos clientes e parceiros.
Hoje, o Brasil é o segundo país da América Latina que mais sofre com invasões e ataques cibernéticos. De acordo com a CNN, a quantidade de ataques subiu vertiginosamente nos últimos anos, como é o caso do primeiro semestre de 2022, que registrou 31,5 bilhões de tentativas de ataques, um número 94% maior em comparação à mesma época em 2021, que registrou 16,2 bilhões de casos.
Além disso, com o avanço da indústria 4.0, que utiliza tecnologias como internet das coisas, inteligência artificial e computação em nuvem para otimizar os processos e agregar valor aos produtos e serviços, os ataques são ainda mais danosos para o negócio, podendo afetar a base do funcionamento de fábricas, centros de distribuição e da gestão empresarial.
Os tipos de ataques são diversos e todos os anos surgem mais deles, mas os mais conhecidos e aplicados se destacam pela sua eficiência e assiduidade. São eles:
- Phishing: é uma técnica que consiste em enviar e-mails falsos que se passam por entidades confiáveis, como bancos, fornecedores ou clientes, para induzir os destinatários a clicar em links maliciosos, baixar arquivos infectados ou fornecer informações sensíveis. O método utiliza da engenharia social, um conceito baseado em psicologia comportamental onde o criminoso se aproveita das emoções, confiança e curiosidade das vítimas para persuadí-las a realizar as ações que comprometerão sua segurança.
- Ransomware: é um tipo de malware que criptografa os arquivos do computador ou do servidor da vítima e exige um resgate em dinheiro para liberá-los. Os hackers podem se aproveitar de falhas de segurança nos sistemas operacionais, nos softwares ou nas redes para infiltrar o ransomware e bloquear o acesso aos dados. Esse tipo de ataque pode causar grandes prejuízos para a indústria, que pode perder informações vitais ou ficar impossibilitada de realizar suas atividades.
- Brute force: consiste em tentar adivinhar senhas ou chaves de criptografia por meio de tentativas e erros, usando algoritmos ou ferramentas automatizadas que testam todas as combinações possíveis até encontrar a correta. O brute force é uma técnica que requer muito tempo e poder computacional, mas pode ser efetiva se as senhas ou as chaves forem fracas ou previsíveis.
- Cross-site scripting (XSS): é uma técnica que consiste em injetar código malicioso em páginas web que são exibidas para outros usuários, geralmente por meio de campos de comentários ou feedback. Para prevenir o XSS, é necessário escapar ou remover os caracteres especiais dos dados de saída, usar cabeçalhos HTTP adequados para impedir a execução de scripts e implementar políticas de segurança no navegador.
- SQL injection: é uma técnica que consiste em inserir comandos maliciosos em campos de entrada de dados que se conectam a bancos de dados SQL (Structured Query Language), como formulários web ou aplicativos.
- DDoS: é uma sigla para Distributed Denial of Service, que significa ataque distribuído de negação de serviço. É uma estratégia que consiste em sobrecarregar um servidor ou uma rede com uma grande quantidade de solicitações falsas, vindas de vários dispositivos infectados, para impedir que ele responda aos pedidos legítimos. Esse método é utilizado para tirar do ar sites, sistemas ou serviços da indústria, afetando sua reputação, sua produtividade e sua receita.
- APT: é uma sigla para Advanced Persistent Threat, que significa ameaça avançada persistente. Consiste em invadir os sistemas da indústria de forma furtiva e permanecer neles por um longo período de tempo, coletando dados sigilosos, monitorando as atividades ou preparando ataques mais sofisticados. Os hackers podem usar técnicas variadas para se infiltrar nos sistemas a partir dessa estratégia, como phishing, exploração de vulnerabilidades ou roubo de credenciais.
Como se prevenir de ataques cibernéticos
Para garantir a segurança cibernética na indústria, é necessário adotar medidas como:
- Realizar uma análise de riscos e vulnerabilidades dos sistemas e redes industriais;
- Implementar políticas e normas de segurança da informação que definam as responsabilidades e os procedimentos de cada colaborador;
- Investir em tecnologias de proteção, como antivírus, firewall, criptografia, backup e autenticação;
- Promover a conscientização e o treinamento dos colaboradores sobre as boas práticas de segurança cibernética;
- Monitorar e auditar constantemente as atividades e os eventos relacionados à segurança cibernética;
- Estabelecer um plano de resposta a incidentes que defina as ações a serem tomadas em caso de ataques cibernéticos.
Para saber mais sobre o aumento de ataques cibernéticos no Brasil, clique aqui: Levantamento mostra que ataques cibernéticos no Brasil cresceram 94% (cnnbrasil.com.br)