A força da Indústria: Brasil e Chile

Produzindo desde alimentos até maquinário e beneficiamento de minérios, a diversificada indústria chilena tem desempenhado um papel fundamental na economia da América Latina. Concentrada próxima à capital, Santiago, o setor industrial se destaca na produção de vinhos, têxteis, metalurgia, siderurgia, mecânica, cimento, madeira e derivados, entre outros setores. Além disso, o país é reconhecido pela sua força econômica e apresenta um dos maiores Índices de Desenvolvimento Humano da América do Sul.

Dentro do segmento extrativista, a mineração se dispõe como um dos principais setores da economia, sendo o país chileno o maior produtor e exportador mundial de cobre, além de possuir reservas significativas de outros minérios como carvão, manganês, minério de ferro, molibdênio, zinco, chumbo e ouro.

O Chile tem sido uma importante parceira comercial para o Brasil, com um comércio bilateral mutuamente benéfico e significativo. Em 2022, por exemplo, o país permaneceu como o segundo maior parceiro comercial do Brasil na América do Sul, com mais de US$ 9,6 bilhões em exportações com destino ao mercado chileno.

As exportações do Chile para o Brasil incluem principalmente produtos como minérios, especialmente o cobre, frutas frescas, vinhos, pescados e adubos, enquanto as exportações brasileiras para o Chile são compostas principalmente de produtos manufaturados, como automóveis, máquinas e equipamentos eletrônicos, além de produtos advindos da pecuária.

Tal parceria tem evoluído ao longo dos anos, com uma série de acordos comerciais bilaterais que foram assinados nas últimas décadas. Esses acordos incluem o Acordo de Complementação Econômica, firmado em 1996, e o Acordo de Livre Comércio, que entrou em vigor em 2018, que tem como objetivo regulamentar temas específicos para beneficiar a economia e os consumidores dos dois países.

Desafios e oportunidades da indústria chilena

Apesar das conquistas econômicas do Chile, o país ainda enfrenta desafios significativos. Entre eles está a desigualdade social e econômica, que é uma das mais altas da região. Outros desafios incluem o envelhecimento da população, a dependência das exportações de commodities e a pressão ambiental causada pela mineração.

No que refere-se à indústria de mineração, o governo chileno anunciou o plano para a nacionalização da produção de lítio no país, denominado Estratégia Nacional de Lítio. Considerada alvo de críticas por determinados segmentos da sociedade chilena, a iniciativa é defendida pelo atual presidente, Gabriel Boric, como uma medida criada para gerar riqueza e soberania nacional, além de direcionar o Chile para a economia verde.

Outro grande desafio do Chile é o fortalecimento da indústria de transformação. Mesmo tendo sido um dos países da América do Sul que menos sofreu com o processo de desinsdustrialização que ocorreu durante a década de 80, os setores industriais de transformação chilenos perderam tração ao longo das décadas, dando maior espaço para a comercialização de produtos primários e de menor valor agregado.

Uma das soluções para a indústria mais fomentadas no país é o ProChile, uma instituição do Ministério das Relações Exteriores do Chile que visa promover a internacionalização de empresas chilenas, além de atrair investimento estrangeiro para o mercado e indústria nacional. Entre suas iniciativas, estão estratégias focadas no desenvolvimento de Empresas Exportadoras, PMEs e Grandes Empresas e na transformação tecnológica dos setores industriais e de serviços.

Fato é que, mesmo com seus desafios, o Chile também oferece muitas oportunidades para parcerias com empresas brasileiras, especialmente em setores como energia renovável, tecnologia, agricultura e mineração, onde o país tem grande potencial de desenvolvimento.

Para saber mais sobre dados referentes à balança comercial entre Brasil e Chile, clique aqui: Comex Stat – ComexVis (mdic.gov.br)