Commodities: os produtos que movem o mundo


Em meio ao turbilhão da economia mundial, as commodities desempenham um papel fundamental em setores diversos, impactando a geopolítica e as relações comerciais entre países. Esses produtos básicos, muitas vezes encontrados na forma de matérias-primas ou produtos agrícolas, são amplamente negociados em mercados internacionais, movimentando volumes significativos de capital e desempenhando um papel estratégico no comércio internacional.

O termo “commodity” tem sua origem no século XV, na época em que ocorreu a expansão marítima europeia, primeiramente com o domínio português do comércio fluvial e posteriormente com a ascensão da Inglaterra nesse mercado, em que o termo em inglês se tornou popular. Hoje, o conceito de commodities engloba uma ampla gama de bens básicos negociados nos mercados internacionais.

As commodities mais comercializadas no mundo abrangem uma variedade de segmentos. Entre elas, pode-se destacar:

  • Petróleo; 
  • Gás natural;
  • Minério de ferro;
  • Carvão;
  • Cobre;
  • Café;
  • Soja;
  • Milho;
  • Trigo;
  • Carnes;
  • Açúcar. 

Esses produtos são essenciais para as indústrias de energia, construção, agricultura e alimentação, além de desempenharem um papel vital no suprimento de recursos para países em todo o mundo.

Atualmente, o Brasil é reconhecido como um dos principais líderes do mercado de commodities, destacando-se na exportação de produtos agrícolas e minerais. Em 2022, as principais commodities exportadas pelo país foram, respectivamente:

  1. Soja (FOB US$ 46,6 bilhões);
  1. Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (FOB US$ 42,6 bilhões);
  1. Minério de ferro e seus concentrados (FOB US$ 28,9 bilhões);
  1. Óleos combustíveis de petróleos ou minerais betuminosos, exceto óleos brutos (FOB US$ 13 bilhões);
  1. Milho não moído, exceto milho doce (FOB US$ 12,2 bilhões);
  1. Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (FOB US$ 11,8 bilhões);
  1. Açúcares e melaços (FOB US$ 11 bilhões);
  1. Farelos de soja e outros alimentos para animais, farinhas de carnes e outros animais (FOB US$ 11 bilhões).

A partir das exportações brasileiras, é possível perceber a importância dos setores nacionais de agropecuária e petróleo. Hoje, o agronegócio brasileiro é uma peça fundamental na agricultura nacional e internacional, sendo responsável por cerca de 10% da produção mundial de trigo, soja, milho, cevada, arroz e carne bovina. 

Se você quiser saber mais sobre a importância do agronegócio na economia brasileira, clique aqui e leia nosso texto sobre o assunto: Brasil, um gigante no agronegócio – Viabiliza + (viabilizamais.com.br)

Ademais, o segmento petrolífero contribui significativamente para o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Respondendo por aproximadamente 13% do PIB nacional, essa indústria é um dos principais pilares do desenvolvimento econômico do Brasil. Além disso, ela representa cerca de 50% da oferta interna de energia, fornecendo uma fonte vital para impulsionar o crescimento e a sustentabilidade do país.

Se você quiser saber mais sobre o impacto do petróleo, clique aqui e leia nosso texto sobre o assunto: O petróleo e sua influência na economia global – Viabiliza + (viabilizamais.com.br)

Os desafios do Brasil perante as commodities



O protagonismo brasileiro perante o mercado de commodities, porém, também apresenta suas limitações. Por serem produtos de baixo valor agregado, uma economia que se baseia principalmente em sua produção e exportação corre mais riscos perante a variações de preços no mercado de commodities, visto que seus valores não são definidos pelos países e empresas, e sim pela oferta e demanda global dos produtos.

Somado a isso, a indústria de transformação brasileira sofreu encolhimento ao longo dos anos. Os números refletem claramente essa tendência, com uma diminuição histórica de sua participação no PIB. Em 1985, a indústria representava mais de 46% do PIB, e apenas o setor de transformação correspondia a 35,9% dessa proporção. 

Esse processo de redução, conhecido como desindustrialização, não foi exclusivo do Brasil, ocorrendo também em outros países durante o final do século XX. Nesse período, diversas nações buscaram equilibrar os diferentes setores da economia, incluindo indústria, comércio, serviços e agronegócio, buscando maior diversificação e desenvolvimento econômico.

No caso do Brasil, a desindustrialização ocorreu precocemente, considerando o contexto histórico do país, com uma indústria ainda em estágio de desenvolvimento e sem a mesma infraestrutura tecnológica de outros polos internacionais. Como resultado, o país passou a exportar e produzir cada vez mais produtos de baixo valor agregado, como as commodities. Essas mercadorias de origem primária, como grãos, minérios, madeiras, gado e óleos, tornaram-se predominantes na pauta de exportação brasileira.

Além da disparidade tecnológica em relação a outros países, diversos fatores contribuem para a limitação do potencial máximo da indústria brasileira. Juros e taxas de câmbio elevadas, transferência de plantas industriais para o exterior e a crescente financeirização da economia são alguns dos desafios enfrentados. 

Se você quiser saber mais sobre a indústria de transformação brasileira, clique aqui e leia nosso texto sobre o assunto: Indústria de Transformação: potencial e desafios – Viabiliza + (viabilizamais.com.br)

Diante dos desafios enfrentados pela indústria brasileira e da predominância das commodities na pauta de exportação, o Brasil possui oportunidades significativas para buscar um equilíbrio entre esses dois setores. A diversificação da economia e o fortalecimento da indústria de transformação podem ser impulsionados por investimentos em inovação, infraestrutura e tecnologia, redução da carga tributária sobre o setor e a criação de políticas que incentivem a agregação de valor aos produtos. 

Ao explorar essas oportunidades, o país poderá ampliar sua capacidade de geração de empregos, aumentar a competitividade internacional e promover um desenvolvimento econômico mais sustentável e resiliente.

Para saber mais sobre os dados relacionados à balança comercial, clique aqui: Comex Stat – ComexVis (mdic.gov.br)

Para saber mais sobre os dados relacionados à indústria petrolífera, clique aqui: Especial ANP 20 Anos — Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (www.gov.br)

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