A indústria brasileira enfrenta diversos desafios para se manter competitiva no cenário nacional e internacional. Entre eles, estão a elevação dos custos com insumos e matérias-primas, a escassez de mão de obra qualificada, a instabilidade econômica e política, a baixa demanda interna e externa e a concorrência acirrada de outros países.

De acordo com dados divulgados pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), a indústria de transformação brasileira registrou uma diminuição de 2,1% na produtividade do trabalho durante o terceiro trimestre de 2022 em comparação com o trimestre anterior. Essa queda representa uma tendência de declínio contínuo desde o quarto trimestre de 2020, levando os índices de produtividade de volta aos níveis observados em 2015, ano em que o país enfrentou uma recessão econômica. O levantamento é um indicativo preocupante dos desafios enfrentados pela indústria no Brasil em termos de eficiência e desempenho.

Diante desse contexto, uma boa gestão estratégica auxilia na mitigação de riscos e no aumento da produtividade ao definir os objetivos, as metas, as estratégias e os planos de ação de uma organização, levando em conta sua missão, sua visão, seus valores, seus recursos e seu ambiente interno e externo, envolvendo também o monitoramento e a avaliação dos resultados obtidos, bem como a correção de eventuais desvios ou falhas.

Os benefícios de um bom planejamento estratégico e sua consequente gestão são inúmeros. Entre eles, pode-se destacar:

• Aumento da eficiência e a qualidade dos processos produtivos, reduzindo desperdícios, retrabalhos, erros e custos operacionais;
  

• Melhora da capacidade de inovação e de adaptação às mudanças tecnológicas, de mercado e de consumo;
  

• Diferenciação dos produtos e serviços oferecidos aos clientes, agregando valor e gerando vantagem competitiva;
  

• Ampliação da participação no mercado interno e externo, conquistando novos clientes e fidelizando os existentes;
  

• Aperfeiçoamento do desempenho financeiro e econômico da empresa, aumentando sua lucratividade e sustentabilidade.

Conheça algumas das principais ferramentas de gestão para indústria

A área de gestão empresarial conta com variadas ferramentas úteis para a boa gerência da cadeia de suprimentos e estratégia de negócios. Entender os principais métodos utilizados no mercado torna-se essencial para as empresas que almejam maior produtividade e eficiência. Entre as principais metodologias, ferramentas e sistemas utilizados, destacam-se:

• Análise SWOT: é uma ferramenta que envolve a identificação dos pontos fortes e fracos internos de uma indústria, bem como as oportunidades e ameaças externas. Com base nessa análise, estratégias podem ser definidas para aproveitar as forças, minimizar as fraquezas, explorar as oportunidades e mitigar as ameaças.
  
  

• Software de gestão ERP: trata-se de um sistema informatizado que integra os diversos setores e processos de uma indústria em um único sistema. Com o ERP, é possível gerenciar desde o planejamento da produção até a entrega do produto ao cliente, abrangendo áreas como controle de estoque, compras, vendas, finanças, qualidade, entre outros. Ele auxilia na redução de custos, otimização de recursos, padronização de processos, melhoria da comunicação entre setores, aumento da produtividade e qualidade, e facilidade no cumprimento das obrigações fiscais e legais.
  
  

• Ciclo PDCA: é um ciclo de melhoria contínua composto por quatro etapas: planejar, executar, verificar e agir. Inicialmente, é feito o planejamento do objetivo, método, recursos e indicadores do processo a ser melhorado ou resolvido. Em seguida, o plano é executado e os dados e resultados são registrados. Posteriormente, é realizada uma verificação dos dados e resultados, comparando-os com o objetivo e indicadores definidos previamente. 
  
  

• 5W2H: é uma ferramenta em formato de checklist com sete perguntas importantes para projetos ou resolução de problemas. As perguntas são: 
  

• O que (What) – objetivo ou problema; 
  

• Por que (Why) – causa ou justificativa; 
  

• Quem (Who) – responsáveis ou envolvidos; 
  

• Onde (Where) – local do problema; 
  

• Quando (When) – tempo do projeto ou problema; 
  

• Como (How) – forma de realização ou solução; 
  

• Quanto (How much) – custo ou economia do projeto ou solução.
  
  

• Kanban: oferece um sistema visual de gestão de fluxo de trabalho que utiliza cartões, post-its ou interfaces digitais para representar as tarefas ou atividades de um processo. Esses cartões são organizados em um quadro, geralmente dividido em colunas que representam os estágios do fluxo de trabalho, como “a fazer”, “em andamento” e “concluído”. O Kanban permite uma visão clara do status das tarefas em tempo real, facilitando o acompanhamento do progresso, identificação de gargalos, alocação adequada de recursos e melhoria da eficiência e produtividade do processo.
  
  

Se você quiser saber mais sobre o Kanban, seus benefícios e aplicações, clique aqui e veja nosso texto sobre o assunto: Agilize a produção com Kanban – Viabiliza + (viabilizamais.com.br)

• Mapeamento do Fluxo de Valor: é uma metodologia que permite identificar e analisar todos os passos e atividades envolvidos em um processo de produção, desde o fornecimento de matéria-prima até a entrega do produto ao cliente. O mapeamento do fluxo de valor é representado em um mapa visual, mostrando o fluxo do processo, os tempos de espera, as atividades de valor agregado e as atividades que não agregam valor. Com base nessa análise, é possível identificar oportunidades de melhoria, como a eliminação de desperdícios, redução de tempos de espera, otimização do fluxo de trabalho e melhorias na qualidade, resultando em processos mais eficientes e produtivos.
  
  

• 5S: o objetivo do método é eliminar os desperdícios, os defeitos e os acidentes que prejudicam o desempenho e a satisfação dos colaboradores e dos clientes. Utiliza-se de cinco conceitos, sendo eles: Seiri (senso de utilização), Seiton (senso de ordenação), Seiso (senso de limpeza), Seiketsu (senso de padronização) e Shitsuke (senso de autodisciplina).

É importante ressaltar que a gestão estratégica na indústria é um processo complexo que envolve diversas etapas cruciais para o sucesso das operações. Inicialmente, é necessário realizar um diagnóstico detalhado da situação atual da empresa, identificando pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças, além de analisar indicadores de desempenho. 

Com base nessa análise, são definidos objetivos e metas alinhados com a missão, visão e valores da organização. Em seguida, são elaboradas estratégias e planos de ação considerando recursos, restrições e condições de mercado, envolvendo e comprometendo todos os colaboradores. 

A execução das estratégias é acompanhada regularmente por meio de indicadores de desempenho, identificando desvios e tomando ações corretivas. É importante também revisar e ajustar as estratégias de acordo com as mudanças no ambiente de negócios, garantindo a adaptação contínua da empresa às demandas do mercado.

Para saber mais sobre os dados de produtividade da indústria brasileira em 2022, clique aqui: Produtividade na Indústria – Portal da Indústria – CNI (portaldaindustria.com.br)