A energia eólica é uma das fontes renováveis mais promissoras do mundo, capaz de gerar eletricidade a partir da força dos ventos. No Brasil, essa fonte vem se expandindo rapidamente nos últimos anos, graças aos incentivos do governo, aos leilões de energia e ao potencial eólico do país, especialmente na região Nordeste.
Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Brasil possuía, em 2021, uma capacidade instalada de 20.100 megawatts (MW), o que representa 11,11% da matriz energética brasileira. O país ocupa a sexta posição no ranking mundial de capacidade eólica, atrás apenas da China, dos Estados Unidos, da Alemanha, da Índia e da Espanha.
Uma usina eólica é composta por um conjunto de turbinas eólicas que captam a energia do vento e a transformam em energia elétrica. As turbinas são montadas em torres altas e possuem pás que giram com a força do vento. À medida que as pás giram, um gerador converte a energia mecânica em energia elétrica. Essa energia é então transformada para uma tensão mais alta e levada por meio de linhas de transmissão até as subestações, onde é distribuída para os consumidores finais.
A região Nordeste é a que concentra a maior parte dos parques eólicos do país, com 86% da capacidade instalada. O Rio Grande do Norte é o estado líder em produção de energia eólica, com mais de 340 parques e 6.500 MW de potência. Em seguida, vêm a Bahia, o Ceará, o Piauí e o Rio Grande do Sul.
Já em 2022, as turbinas eólicas no Nordeste alcançaram um feito notável, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS): em 8 de julho, elas produziram um pico de 14.167 megawatts (MW), excedendo em 123,2% a demanda da região, evidenciando um sinal promissor de que a energia renovável pode desempenhar um papel cada vez mais significativo na geração de eletricidade no país.
A expansão da energia eólica no Brasil foi impulsionada pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), criado em 2002 pelo governo federal, que visava aumentar a participação das fontes renováveis na matriz energética nacional. Desde então, foram realizados diversos leilões de energia para contratar projetos eólicos, que receberam investimentos públicos e privados.
Benefícios econômicos e ambientais
A energia eólica traz diversos benefícios para a economia e o meio ambiente do Brasil. Segundo um estudo realizado pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), entre 2011 e 2019 a energia eólica gerou um impacto de R$ 260 bilhões na economia brasileira, considerando os investimentos diretos e indiretos, os impostos arrecadados, os empregos gerados e a renda dos proprietários de terras que arrendam suas áreas para os parques eólicos.
Além disso, a energia eólica contribui para a diversificação da matriz energética brasileira, reduzindo a dependência das hidrelétricas, que são vulneráveis às variações climáticas, como as crises hídricas, e aos impactos ambientais.
Se você quiser saber mais sobre a transição energética brasileira, clique aqui e leia nosso texto sobre o assunto: Transição energética é necessária, mas desafiadora – Viabiliza + (viabilizamais.com.br)
Entre as principais vantagens desta fonte de energia, pode-se destacar:
- Energia renovável e limpa.
- Redução das emissões de gases de efeito estufa.
- Baixo custo de operação e manutenção.
- Geração de empregos e desenvolvimento local.
- Flexibilidade e rápida instalação.
Desafios da energia eólica
A integração da energia eólica com o sistema elétrico é um desafio que envolve aspectos técnicos e regulatórios. Por se tratar de uma fonte variável e intermitente, que depende das condições climáticas do vento, a energia eólica requer um gerenciamento adequado para garantir o equilíbrio entre oferta e demanda de energia.
Além disso, a infraestrutura de transmissão é essencial para conectar os parques eólicos à rede elétrica e permitir o escoamento da energia gerada. No Brasil, muitos dos melhores locais para a exploração do vento estão localizados em regiões afastadas dos centros de consumo, o que demanda a construção de longas linhas de transmissão.
Somado a esses tópicos, estão os potenciais problemas ambientais gerados com a energia eólica. O professor e pesquisador do Departamento de Botânica da UFPE, Felipe Melo, alerta que a expansão de parques eólicos na região da Caatinga deve ser acompanhada pela criação de novas unidades de conservação. Segundo ele, isso é essencial para garantir que o desenvolvimento desse setor ocorra de forma consciente e menos danosa para o ambiente. Esse tipo de preocupação deve ser estendido a outras regiões, onde é importante explorar a biodiversidade de maneira responsável.
Para saber mais sobre o levantamento da ANEEL, clique aqui: Brasil bate recorde de expansão de usinas eólicas em um ano; marca anterior era de 2014 — Agência Nacional de Energia Elétrica (www.gov.br)
Para saber mais sobre a energia eólica no Rio Grande do Norte, clique aqui: Rio Grande do Norte é líder na geração de energia eólica; veja números – 12/02/2022 – Notícia – Tribuna do Norte
Para saber mais sobre o Proinfa, clique aqui: PROINFA – Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica – ANEEL
Para saber mais sobre o estudo relacionado à impactos da energia eólica no meio ambiente e suas possíveis soluções, clique aqui: Fazendas de energia eólica prejudicam a conservação da Caatinga – Pesquisas (Ascom) – UFPE
Se você quer saber como usar fontes renováveis no seu negócio, clique aqui e leia nosso texto sobre o Mercado Livre de Energia: O potencial do mercado livre de energia para reduzir custos na indústria – Viabiliza + (viabilizamais.com.br)