O potencial do mercado livre de energia para reduzir custos na indústria

De acordo com dados da CNI, setores da indústria preveem forte adesão ao Mercado Livre de Energia nos próximos anos


O Mercado Livre de Energia (MLE) tem se tornado cada vez mais importante para a indústria brasileira nos últimos anos, ao oferecer aos consumidores a possibilidade de escolher seus fornecedores de energia elétrica, negociando preços e condições contratuais diretamente com os geradores e comercializadores de energia, diferentemente do Mercado Regulado, também conhecido como mercado cativo, em que a distribuidora local de energia é responsável por fornecer energia elétrica para o consumidor. A adesão nesse mercado pode resultar em economias significativas de custos dentro da cadeia de valor de uma organização.

Em estudo publicado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), constatou-se que 56% das indústrias que estão atualmente no mercado cativo de energia têm interesse em migrar para o ambiente livre a partir de 2024. A pesquisa indica que, nos próximos anos, há potencial de entrada de 45 mil consumidores no modelo livre. Atualmente, cerca de 10,5 mil empresas se encontram no mercado livre de energia. A CNI estima que a mudança de mercado pode gerar uma economia de 15% a 20% na conta de luz.

Ainda no levantamento, foi constatado que 59% das grandes empresas entrevistadas obtêm fornecimento do mercado livre, sendo 52% somente desse mercado, sem participação do mercado regulado. Em empresas de médio porte, 57% estão no mercado cativo e 25% exclusivamente no livre.

O MLE promove a competição entre os diferentes agentes do setor elétrico, estimulando a inovação e a eficiência na geração, transmissão e distribuição de energia. Isso pode contribuir para a redução dos preços e para a melhoria da qualidade dos serviços prestados, beneficiando não só a indústria, mas também outros setores da economia e os consumidores em geral.

Com isso, o Mercado Livre de Energia também oferece a possibilidade de contratação de energia renovável, o que pode ser um diferencial importante para empresas que buscam ser mais sustentáveis e que adotam práticas ESG. Dessa forma, o Mercado Livre de Energia se mostra uma ferramenta valiosa para impulsionar a competitividade e a sustentabilidade da indústria brasileira.

Diferenças entre o mercado cativo e o Mercado Livre de Energia


Cada modelo apresenta vantagens e desvantagens que devem ser avaliadas de acordo com as necessidades de cada consumidor. No MLE, porém, há maior variabilidade e poder de escolha por parte dos consumidores. Entre as diferenças dos dois modelos, é possível listar as três principais:

  1. Contratação 

No mercado cativo, o consumidor é obrigado a adquirir energia elétrica da distribuidora local, que é a responsável pela compra da energia dos geradores e pela sua distribuição. Já no mercado livre, o consumidor tem a liberdade de escolher o seu fornecedor de energia, podendo contratar diretamente geradores e comercializadores e escolher a fonte de energia que mais se adequa às suas necessidades.

  1. Preço

O preço da energia do Mercado Regulado é definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), por meio de um processo de regulação que leva em conta os custos de geração, transmissão e distribuição de energia, além de impostos e encargos setoriais. No modelo livre, o preço da energia é definido livremente em negociações entre as partes envolvidas, podendo haver variações de acordo com as condições de mercado e oferta e demanda de energia.

  1. Volume mínimo

O consumidor do mercado cativo precisa adquirir um volume mínimo de energia, determinado de acordo com a sua demanda contratada e a sua categoria de consumo. Já no mercado livre, não há um volume mínimo de energia a ser contratado, sendo possível contratar apenas a quantidade necessária para atender à sua demanda em determinado período.

Como migrar para o MLE


No Brasil, a migração para o mercado livre de energia elétrica é permitida para consumidores com demanda contratada igual ou superior a 500 kW (quilowatts). Essa demanda é calculada com base na média de consumo mensal de energia elétrica em kW, levando em consideração um período mínimo de 12 meses.

Essa exigência de demanda mínima é estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e visa garantir a sustentabilidade do mercado livre, uma vez que a negociação de energia envolve contratos de longo prazo e valores elevados.

Consumidores que se enquadram nessa categoria podem optar pela migração para o mercado livre de energia, desde que cumpram com as obrigações e requisitos estabelecidos pela ANEEL, como a contratação de um fornecedor de energia elétrica e a adesão a um contrato de compra e venda de energia elétrica.

Vantagens do Mercado Livre de Energia


Existem diversas vantagens em aderir ao Mercado Livre de Energia. A seguir, são apresentadas algumas delas:

  • Redução de custos: no Mercado Livre de Energia, os preços são negociados livremente entre as partes envolvidas. Isso significa que os consumidores podem buscar fornecedores de energia que ofereçam preços mais competitivos e adequados às suas necessidades, reduzindo os custos com energia elétrica;
  • Flexibilidade contratual: os consumidores podem negociar contratos que atendam às suas necessidades específicas, tais como prazo, volume de energia e preço. Isso permite maior flexibilidade no planejamento financeiro e no controle dos gastos com eletricidade;
  • Garantia de suprimento: ao escolher um fornecedor de energia elétrica no MLE, os consumidores podem garantir o suprimento de energia elétrica por meio de contratos de fornecimento de longo prazo. Essa garantia de suprimento é importante para a continuidade dos negócios, principalmente em setores que demandam alta confiabilidade no fornecimento de energia elétrica;
  • Acesso a energias renováveis: o MLE permite que os consumidores escolham fornecedores de energia que geram energia a partir de fontes renováveis, como energia eólica, solar, biomassa, entre outras. Com isso, os consumidores podem contribuir para a preservação do meio ambiente e reduzir sua pegada de carbono;
  • Incentivo à eficiência energética: ao reduzir os custos com energia elétrica, o MLE incentiva os consumidores a adotarem medidas de eficiência energética, como a utilização de equipamentos mais eficientes e a adoção de práticas de gestão de energia.

Para aproveitar esses benefícios, é importante que o empresário do setor industrial avalie cuidadosamente suas necessidades e estude as possibilidades para tomar a melhor decisão na escolha de fornecedores de energia elétrica.

Para saber mais sobre a pesquisa da CNI acerca do Mercado Livre de Energia, clique aqui: 56% das indústrias do mercado cativo desejam migrar para o mercado livre de energia – Agência de Notícias da Indústria (portaldaindustria.com.br)

Para saber mais sobre o Mercado Livre de Energia, clique aqui: Mercado Livre de Energia | Mercado Livre de Energia Elétrica

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