Impacto do setor portuário na indústria

Responsáveis pela entrada e saída de parte dos bens e mercadorias que movimentam a economia, portos são indubitavelmente importantes para a indústria


O setor portuário brasileiro, um dos segmentos mais antigos e tradicionais da nação, remete ao século XVI com a criação do Porto de Naus, o primeiro porto de comércio entre os navios que passavam pela região, instalado por Martim Afonso de Sousa, em 1532.

Com mais de 9 mil quilômetros de extensão nos litorais brasileiros e com vastas bacias hidrográficas, o país possui um total de 175 instalações portuárias de carga, incluindo portos e terminais marítimos e instalações aquaviárias.

Os portos brasileiros são categorizados em três tipos principais, de modo a diferenciar a atuação de empresas e instituições que gerenciam o transporte de cargas pelas vias marítimas e através dos portos. São eles:

Marítimos ou oceânicos: São os portos que estão em contato direto com o mar;

Lacustres: São os portos que estão em contato com lagos e com o mar através de canais de navegação;

Hidroviários: São os porto hidroviários que estão localizados em rios.

Boa parte da importância dos portos se deve ao fato deles terem papel importante no transporte de produtos que serão comercializados no mercado interno e externo. Com o uso do transporte marítimo, é possível resolver problemas logísticos que trazem economia e eficiência.

Na indústria, os portos desempenham a tarefa de transportar mercadorias, matéria-prima e insumos no geral, por meio de contêineres, tanto para exportação desses bens quanto a movimentação destes para outras partes do país, de modo a suprir as cadeias do mercado externo e do interno. Esse meio de transporte é, dada sua eficiência logística, pertinente a qualquer indústria que queira transportar seus produtos visando uma maior economia e eficácia.

O último balanço atualizado da movimentação dos portos brasileiros, por exemplo, divulgado em 19 de outubro de 2022 pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e que mediu a movimentação dos portos do país em relação aos meses de janeiro a agosto do ano passado, registrou 799,7 milhões de toneladas movimentadas nos primeiros oito meses de 2022. A navegação interior teve crescimento de 10,6% no saldo acumulado do ano e a movimentação de carga geral aumentou 15,4% no período.

Dentro do segmento de transporte marítimo, há espaço para evolução no setor


Hoje, cerca de 90% da logística internacional é feita pelo transporte marítimo. A importância do setor em escala global traz em evidência os desafios logísticos que acompanham seu funcionamento, além de seus efeitos ambientais na natureza.

A Organização Mundial do Transporte Marítimo na última Conferência do Clima da ONU, a COP26, fixou como meta o corte de pelo menos 40% das emissões de CO2 até 2030 e 70% até 2050. Com isso, países e segmentos industriais do mundo buscam por soluções economicamente viáveis para atingir as metas de descarbonização do setor.

Esses desafios serão custosos e demorados, mas a longo prazo poderão trazer impactos econômicos e ambientais a nível global, visto que, hoje, a maioria dos navios de carga utilizam fontes de energia não renováveis e altamente poluentes. Essas substituições de combustível como o diesel por motores a biocombustíveis, como hidrogênio ou amônia verdes, terão o potencial de revolucionar a indústria marítima nas próximas décadas.

Além da substituição das fontes de energia que alimentam navios, estão mudanças nos próprios meios de transporte, como navios funcionando unicamente pela propulsão por vento, o que poderia fazer despencar em 80% as emissões de CO2 de navios de tamanho e velocidade moderadas.

Outras tecnologias, comumente ligadas à Indústria 4.0 e que já se destacam em outras indústrias, estão criando um horizonte de aplicações inovadoras no setor, como a substituição de sistemas mecânicos e hidráulicos por sistemas eletrônicos de alta tecnologia que utilizam sensores e telas LED, que podem ser controladas remotamente pela embarcação.

Radares portáteis, por exemplo, hoje são utilizados como complementos aos radares tradicionais, trazendo maior segurança nos trajetos marítimos. Até a Internet das Coisas (IoT) e a Inteligência Artificial, comumente associadas a outras indústrias, estão cada vez mais presentes nos navios e portos, dando a possibilidade de controlar remotamente compartimentos, escotilhas, sistemas de anteparas, máquinas hidráulicas e eletrônicas e sistemas de segurança. No caso da Inteligência Artificial, mais especificamente, torna-se possível gerenciar digitalmente rotas, auxiliando comandantes em manobras e ajudando na roteirização de rotas digitalmente.

Não é estranho, portanto, notar-se cada vez mais comum investimentos milionários por parte de nações e empresas em portos e navios inteligentes. Essas tecnologias, aliadas a um direcionamento cada vez mais sustentável pela indústria, trarão economia, segurança e a abertura de novos mercados, além de a possibilidade de um futuro promissor e focado no desenvolvimento da sociedade como um todo.

Para saber mais sobre o balanço de produtos movimentados pelo setor portuário brasileiro entre janeiro a agosto de 2022, clique aqui: Setor portuário registra 799,7 milhões de toneladas movimentadas em 2022 — Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) (www.gov.br)

Para saber mais os portos brasileiros, clique aqui: Entenda a importância dos portos para a economia – Datamar


Para saber mais sobre os planos da indústria portuária global nos desafios da COP26, clique aqui: Responsável por 90% do comércio global, transporte marítimo tem longo caminho até zerar CO2 (rfi.fr)

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