12 estratégias para a reindustrialização

CNI defende tópicos necessários para o avanço da indústria, que perdeu espaço nas últimas décadas e que possui o potencial de crescimento devido às mudanças econômicas no mundo


A reindustrialização do Brasil tem sido um objetivo de grande importância para a economia brasileira, principalmente após o período de desindustrialização que o país enfrentou nas últimas décadas. As oportunidades são muitas, pois o país possui um grande mercado consumidor interno e recursos naturais abundantes, além de uma posição estratégica em relação aos mercados internacionais.

No entanto, o tema também apresenta desafios importantes, como a concorrência internacional, a falta de investimentos em tecnologia e infraestrutura, a necessidade de melhorias no ambiente de negócios e na qualificação da mão de obra e, de acordo com especialistas, no Custo Brasil. Para superar esses desafios, é fundamental que o governo e o setor privado trabalhem juntos para implementar políticas e medidas que incentivem o desenvolvimento da indústria brasileira.

No final do ano passado, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou um plano de retomada da indústria aos então candidatos à presidência na época. Os tópicos trabalhados são baseados em estudos realizados pela CNI, que foram discutidos antes e após a posse do novo líder do executivo. Entre eles, se destacam:

  1. Competitividade e produtividade da indústria brasileira dependem de salto na educação: iniciativas como o incentivo à educação de jovens adultos (EJA), garantia de plano de carreira para professores e garantia de aprendizado acerca de tecnologia e inovação são defendidas pela CNI para resolver o problema que aflige diretamente a indústria, gerando fraqueza na capacitação de profissionais a nível estrutural.
  1. Caminho para o desenvolvimento passa pela qualidade regulatória: a regulação é uma das funções mais importantes do Estado, tendo um impacto direto sobre a atividade econômica. No Brasil, a alta complexidade do ambiente regulatório existente hoje gera custos e condições adversas para a competitividade das empresas. De acordo com a CNI, desde a promulgação da Constituição de 1988, estima-se que mais de 6 milhões de normativos tenham sido editados, o que dá origem ao chamado “Custo Brasil”, estimado em R$ 1,5 trilhão ao ano pelo Ministério da Economia.
  1. Brasil precisa aumentar investimentos em transportes de 0,65% para 2% do PIB: o Brasil está na 85ª colocação entre 144 países em infraestrutura do transporte. Entre as soluções apresentadas pela CNI para a problemática que interfere diretamente na eficiência da logística e na geração de gargalos, estão a mudança estrutural do funcionamento e administração de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias e o direcionamento de uma proporção maior do PIB para a área.

Se você quiser saber mais sobre a importância dos portos na economia brasileira, clique aqui e veja nosso texto sobre o assunto: Impacto do setor portuário na indústria – Viabiliza + (viabilizamais.com.br)

  1. Consumidor industrial do Brasil paga a segunda energia mais cara entre principais países exportadores: a indústria é a que mais consome energia no país, representando 32,1% do consumo energético no Brasil, o que faz com que o encarecimento da eletricidade seja extremamente negativa para o desenvolvimento do setor.
  1. Regras de segurança e saúde no trabalho e de previdência precisam ser modernizadas: a CNI defende que é necessário modificar leis relacionadas ao SST e à previdência para que haja uma maior compatibilidade com as leis trabalhistas.
  1. Brasil deve aprimorar ações em prol de uma política industrial contemporânea: no estudo, a Confederação cita casos de sucesso em política industrial como a transição energética alemã, o New Deal sul-coreano, a recuperação norte-americana acerca da pandemia e o desenvolvimento produtivo recente na União Europeia. Além disso, a pesquisa sugere criar uma estratégia nacional unificada de desenvolvimento industrial, científico e tecnológico, alinhada à política de comércio exterior.



Se você quiser saber mais sobre a transição energética e seus desafios no Brasil, clique aqui e veja nosso texto sobre o assunto: Transição energética é necessária, mas desafiadora – Viabiliza + (viabilizamais.com.br)

  1. Regras do licenciamento ambiental devem ser modernizadas: a indústria defende atualização do processo, em vigor há 40 anos, de forma a torná-lo mais ágil, previsível e eficiente, conciliando estímulo à atividade produtiva com proteção ao meio ambiente.
  1. Futuro sustentável depende da economia de baixo carbono: as estratégias envolvem quatro pilares: transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal. Isso vai ao encontro das políticas de reindustrialização das grandes potências, que estão focando em uma economia industrial sustentável.
  1. Criação de uma política a longo prazo para inovação no Brasil: no ano de 2019, o Brasil destinou apenas 1,21% do seu PIB para investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Esse valor é bem menor do que o investido por países que lideram em inovação, como Israel, que dedica 4,93% do seu PIB para P&D, China (2,23%), Japão (3,2%) e Estados Unidos (3,07%). A média de investimentos em P&D entre os países da OCDE é de 2,48% do PIB. Por isso, a CNI defende uma política de incentivo que possibilite estabilidade para os próximos anos.

Se você quiser saber mais sobre os desafios e oportunidades das PMEs em inovação, clique aqui e veja nosso texto sobre o assunto: PMEs: inovação é risco desnecessário? – Viabiliza + (viabilizamais.com.br)

  1. Tributação de renda das empresas: Brasil segue muito fora dos padrões internacionais: IRPJ no país de 34% está bem acima da média da OCDE, de 23%. O estudo propõe uma redução de impostos para a indústria, de forma a aumentar o seu desenvolvimento.
  1. Facilitar acesso ao crédito deve acelerar o crescimento da economia brasileira: de acordo com a proposta, para melhorar essa situação, é importante focar em três coisas: diminuir o custo dos empréstimos bancários e torná-los mais acessíveis; melhorar a qualidade dos empréstimos não bancários; e aprimorar as políticas de crédito público ou incentivado.
  1. Aprovar a Reforma Tributária: tema discutido extensivamente nos últimos anos, a reforma tributária brasileira pode diminuir os custos de muitos setores da economia, em especial a indústria, que sofre com impostos altos e com o Custo Brasil. 

Se você quiser saber mais sobre a Reforma Tributária e seu impacto da Indústria, clique aqui e veja nosso texto sobre o assunto: Indústria e a Reforma Tributária – Viabiliza + (viabilizamais.com.br)

Em fevereiro deste ano, a CNI voltou a dialogar acerca de estratégias possíveis para a solução dos desafios do setor industrial. Em entrevista exclusiva a Época NEGÓCIOS, o diretor de tecnologia e inovação da CNI, Jefferson de Oliveira Gomes, defendeu cinco ações essenciais para a evolução da indústria, sendo elas: a Transformação Digital; o desenvolvimento nacional das energias renováveis; o investimento em biotecnologia; o fortalecimento da área da saúde; e a adoção de uma economia circular. 

Para saber sobre todas as estratégias defendidas pela CNI, clique aqui: Conheça todas as propostas da indústria para os pré-candidados – Agência de Notícias da Indústria (portaldaindustria.com.br)

Para saber mais sobre a entrevista do diretor de tecnologia e inovação da CNI, clique aqui: 5 áreas estratégicas para o futuro da indústria no Brasil, segundo a CNI | Futuro da Indústria | Época NEGÓCIOS (globo.com)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Recentes